UM CONVITE À MEMÓRIA

 Hoje é um dia de comemoração. Um dia propício para provocar a memória numa sequência de imagens, ideias, sentimentos e relatos de um grupo que compartilha experiências e estabelece elos de identidade e pertencimento.

É esse o convite que a Primeira Igreja Batista da Marambaia recebe hoje, o de uma provocação à memória que evoca muitas outras. São lembranças de irmãos que, ao longo de cinquenta anos, viveram, construíram a história desta igreja.
Foi em busca dessas memórias que encontrei um pastor simpático e sua receptiva esposa dispostos a narrar com entusiasmo e precisão os tempos em que, ainda na década de 50, jovens e recém-casados, aceitaram o convite do Pr. Paul Sanderson para iniciar uma obra missionária no bairro da Marambaia. Os relatos do Pr. Pedro Batalha do Rego e de sua esposa Raimunda Rego trouxeram ricas informações da origem de uma obra que foi crescendo dia após dia, mesmo que, por vezes, tivessem dificuldades e se deparassem com a resistência das pessoas.
Em um bairro afastado do centro da cidade, cortado pelos trilhos do trem e em meio a casas de madeira, eles saíam às ruas com a Bíblia nas mãos. Visitavam as famílias de casa em casa, entregavam pessoalmente folhetos e convidavam para os trabalhos da noite. E foi de uma dessas famílias que o casal recebeu o primeiro apoio ao trabalho que, aos poucos, foi tendo seu convívio acrescido de muitas outras pessoas.
“Vamos à Marambaia” – foi este o convite e a referência ao trabalho missionário no bairro, que, com o apoio da Igreja Batista do Marco, logo se tornou numa Congregação que desenvolvia trabalhos com crianças, jovens e adultos.
Após um ano e meio como Congregação, em 15 de outubro de 1960, data que hoje celebramos, o trabalho missionário desenvolvido na Marambaia tornava-se Igreja. Iniciava-se assim uma nova etapa da obra missionária, que recebeu a contribuição de muitos para a consolidação da obra, tanto de membros como de pastores e líderes que conduziram os trabalhos.
Uma igreja que se unia e se fragmentava para o apoio a outras irmãs: frentes missionárias, congregações, igrejas. Uma igreja marcada pelo entusiasmo de erigir paredes, como na construção do templo atual, mas que foi além da pedra e cal ao cultivar o companheirismo cristão. Foi, portanto, por meio de algumas dessas pessoas, membros desta Igreja em diferentes épocas, que memórias foram reveladas. E agora podemos convidar a todos nesta noite para revisitar um pouco dessas histórias. 

Belém, 15 de outubro de 2010. 

Michelle Rose Menezes de Barros
Historiadora